Cair das Trevas – Amada Imortal #2
de Cate Tiernan,
editora Galera Record.
Essa resenha é do segundo livro de uma trilogia e pode conter alguns comentários sobre Amada Imortal, o primeiro livro.
Depois de dois meses em River’s Edge, Nastasya já esperava estar em paz com seu passado problemático e mais próxima de se entender e aceitar. No fim das contas, a verdade é que, depois de todo esse tempo, tudo o que ela descobriu foi que detesta acordar cedo, odeia ter que lidar com as galinhas rebeldes do lugar e que, definitivamente, ela não está segura.
Mais do que isso, qualquer paz que pudesse buscar foi imediatamente obliterada por Reyn, com quem divide um passado sombrio e talvez jamais consiga compartilhar um futuro. Só que deixar essa tentação de lado é difícil, demanda um esforço absurdo e está deixando Nasty louca.
Como se não bastasse todos os seus problemas, as coisas ao seu redor, de repente, começam a dar muito – MUITO! – errado. Tudo parece sair do controle e conspirar contra ela, algo pior do que sua natural tendência ao desastre.
Perdida e bastante assustada, Nasty acaba deixando-se levar por um sentimento estranho que a empurra na direção do passado que tanto tentava superar. De repente River’s Edge não parecia mais ser seu lugar.
É quando ela precisa escolher entre continuar tentando se adaptar à nova vida desastrosa ou voltar para o antigo conforto de suas relações de amizade – voltar para Incy.
Nessa continuação temos uma Nastasya um pouco mais frágil e, por vezes, um tanto irritante. Por outro lado, seu comportamento é perfeitamente compreensível e adequado para a situação que vive. A insegurança e as dúvidas acabam afetando a personalidade dela, mas sem deixar de lado as características do primeiro livro.
Um tanto menos egoísta, mas ainda preguiçosa, Nasty continua narrando sua história de forma envolvente. Seu humor ácido e o sarcasmo que lhe é peculiar torna tudo ainda mais bacana – e nos permite ignorar os ataques de “mimimi” que ela dá de vez em quando.
Outra mudança sensível é em Reyn, que não deixa de ser aquele deus nórdico lindo maravilhoso misterioso encantador, e passa a se expressar com mais clareza em busca do que realmente quer – e isso faz toda a diferença!
O ponto alto do livro, para mim, não foram os momentos de ação, suspense e perigo, mas principalmente os flashbacks. Graças a eles podemos conhecer muito do passado de Nastasya, passando a entender quem ela realmente é e porque chegou ao ponto que chegou. Mas, mais do que isso, temos muitas surpresas ao descobrir o passado da própria River, que é realmente surpreendente.
Depois de todos os problemas com Nell no primeiro livro esperava uma história mais “young” e menos “adult“. Mas fiquei muito feliz ao ver que estava enganada, o romance está longe de ser a parte central – apesar de ser muito importante – do livro.
É uma história sobre os problemas que enfrentamos e como precisamos de coragem e apoio para superar as coisas. É a respeito de mudanças, de lutar para conseguir ser alguém melhor, ou, pelo menos, tentar.
Gostei bastante do segundo livro, especialmente do final. Mal posso esperar para o último volume da trilogia – Eternally Yours, já publicado lá fora – chegar ao Brasil! Quero mais Nasty, Reyn, River, magick e companhia. ;)